Assim como outras áreas da medicina, a cirurgia plástica também passa por constantes aprimoramentos e avanços, que muitas vezes envolvem a adoção de novas tecnologias. Tudo isso contribui para que os procedimentos se tornem cada vez mais seguros e para que melhores resultados sejam atingidos. 
Hoje, contamos com essas tecnologias, tanto instrumentais quanto tratamentos associados que podem oferecer um acréscimo no resultado e até mesmo prevenção e tratamento de intercorrências que podem acontecer com o procedimento cirúrgico. 
No post de hoje, quero compartilhar algumas das tecnologias que tenho utilizado no meu cotidiano e que costumo recomendar para as minhas pacientes em diferentes momentos do tratamento médico. Vamos lá?

Fase intra-operatória

Tratamentos para aumentar a retração e a qualidade da pele 
Atualmente, contamos com algumas possibilidades para melhorar a retração da pele após procedimentos como a lipoaspiração, o que pode ser muito útil para evitar a retirada de pele da região operada. 
Uma delas é o Renuvion, uma tecnologia de ponta com jato de plasma que causa uma retração significativa da pele. Geralmente, ele é utilizado logo depois da cirurgia. 
Outra possibilidade é o BodyTite, um mecanismo de contração por radiofrequência intraoperatória que estimula a retração tridimensional da derme, atingindo o tecido conjuntivo subcutâneo e o tecido adiposo. 
Essas tecnologias são muito recentes e devem sempre ser indicadas com cautela pelo cirurgião. 
Monitoramento da circulação de sangue nos tecidos operados
Na semana passada, expliquei no meu Instagram e Facebook como funciona a imagem térmica pré-operatória, outra tecnologia excelente que tenho utilizado no consultório. Trata-se de uma foto térmica feita por uma câmera específica, que irá mostrar as áreas que estão emitindo mais ou menos temperatura. 
Assim, conseguimos visualizar como está a circulação de sangue num bloco de tecido que foi manipulado durante um procedimento. Isso fornece informações importantes a respeito da saúde desse tecido, indicando se a paciente vai ter problemas como a necrose, desenvolvimento de fibrose, coleção de líquido e processos inflamatórios. 

Fase extra-operatória

Redução de edema com a oxigenoterapia 
A oxigenoterapia hiperbárica é um tipo de terapia em que o paciente vai respirar oxigênio puro dentro de uma câmara hiperbárica, capaz de aumentar a pressão atmosférica em até 2 ou 3 vezes. Isso faz com que a quantidade de oxigênio transportado no sangue aumente em até 20 vezes em relação a pessoas respirando ao nível do mar.
Essa tecnologia promove a cicatrização celular, prevenindo a necrose dos tecidos e, principalmente, reduz o inchaço por meio da vasoconstrição, o que contribui para uma cicatrização rápida. Todos esses efeitos fazem da oxigenoterapia hiperbárica uma grande aliada da recuperação de pacientes de cirurgia plástica. 
Fisioterapia especializada
Além disso, a fisioterapia especializada em cirurgia plástica permite, por meio de práticas como a terapia mecano moduladora, a liberação tecidual funcional e a drenagem linfática, otimizar os resultados, permitindo uma cicatrização mais eficiente com redução de inchaço e hematomas. Aqui no meu blog, você pode conferir um post somente sobre o assunto
Uso de curativos específicos 
Num curativo de pressão negativa, aplicamos uma esponja estéril na cavidade da ferida, com um sistema selado de plástico. Depois, aplicamos pressão subatmosférica por meio de um tubo conectado a um aspirador. 
Esse tipo de curativo é muito vantajoso na cirurgia plástica porque reduz o edema, evita infecções e ainda evita o estresse mecânico. Isso só é possível porque a pressão negativa faz uma remoção de fluidos, o que diminui o inchaço e a sobrecarga nas veias, estimulando o fluxo sanguíneo do local. 
Além disso, com o aumento da vascularização local, a proliferação de bactérias se torna mais difícil e a atuação das células de defesa também é acentuada. Por fim, o curativo de pressão negativa é capaz de aproximar as bordas da ferida e estimular a multiplicação de novas células da pele. 
Existem, também, os curativos não aderentes feitos de malhas de petrolato, que têm menor aderência ao tecido afetado. Outras opções são os curativos que combatem a infecção, como aqueles com prata em sua composição e curativos que aceleram a eliminação de crostas e tecidos mortos (necróticos) como o alginato de cálcio.
Micropigmentação areolar 
A micropigmentação areolar é muito útil para casos em que as aréolas passam por discromia (mudança de coloração) depois da cirurgia de mama ou até mesmo para reconstruir uma aréola que teve certo grau de sofrimento. 
Além disso, em cirurgias de reconstrução de mama após a mastectomia, conseguimos atingir resultados muito realistas por meio da micropigmentação, o que contribui imensamente para amenizar a dor de ter perdido a mama e também para resgatar a autoestima da paciente. 
Outra possibilidade é o controle de evolução de cicatriz como o uso de led ou laser, melhorando a qualidade de cicatrização, melhorando a qualidade dos tecidos da região. 

× Como posso te ajudar?