Respondendo à pergunta do título: sim, é real. E, inclusive, é bastante comum que haja constipação após a realização de uma cirurgia. Os motivos podem ser dos mais diversos e, ainda, podem se apresentar simultaneamente. Vamos a eles.

Possíveis causas da prisão de ventre pós-cirúrgica

A primeira possibilidade é que o problema esteja ligado à origem psicológica. O paciente pode desenvolver uma resistência à evacuação por receio de arrebentar os pontos; por não se sentir à vontade no ambiente hospitalar, quando há a necessidade de internação ou por outras razões subjetivas. 

O repouso e a consequente diminuição de atividades físicas deixam o intestino mais lento. Por isso, atividades leves, como caminhadas, podem amenizar a constipação. Além disso, esse quadro pode ser uma reação do organismo diante do estresse causado pela intervenção cirúrgica. 

A dieta pós-operatória também é um fator de atenção. Após o procedimento, o consumo de líquidos e fibras pode ser reduzido, o que dificulta a produção das fezes, deixando-as mais ressecadas e prejudicando, assim, a sua eliminação. 

A anestesia e os medicamentos também impactam no funcionamento do intestino. Eles podem diminuir os movimentos peristálticos, causando lentidão no processo de formação do bolo fecal.

Agora que já sabemos que é comum haver problemas para evacuar nos dias seguintes a uma cirurgia, vamos ao que pode ser feito para amenizar esse quadro.

Elementos que contribuem para o bom funcionamento do intestino

O esperado é que o paciente consiga evacuar, pelo menos, nos 2 ou 3 dias posteriores à realização da cirurgia. Após este período, recomenda-se procurar o médico para investigar a origem do problema e as possíveis condutas a serem tomadas. Quando o sintoma é causado por algum medicamento, o médico pode regular a sua dosagem ou substituí-lo. Também poderá receitar o uso de laxantes e/ou supositório.

Outro ponto que interfere grandemente nos processos intestinais é a alimentação. Portanto, dar atenção especial às refeições para prevenir, ou até mesmo para amenizar, os sintomas de constipação é fundamental.

Alimentos que são fontes de fibras são amigos do nosso intestino. Alguns deles são as leguminosas, a ervilha, a lentilha, o grão de bico e a soja. Verduras também são fundamentais, pelo volume de fibras que agregam à dieta.

Já as frutas, devem ser consumidas, preferencialmente, com a casca. Aqui, a lista é bem variada, mas o abacate, a ameixa, a laranja (com o bagaço), maçã com casca e o mamão são bons exemplos desta classe.

Probióticos e prebióticos, também podem ser recomendados. Os primeiros são encontrados em alimentos industrializados. Considerados como bactérias benéficas ao intestino, são organismos vivos que têm a função de promover o equilíbrio da flora microbiana. 

Já os prebióticos atuam no sentido de suportar ou nutrir os probióticos e podem ser ingeridos em forma de suplementos, além da própria alimentação.

Ainda há aqueles alimentos que prejudicam o funcionamento do intestino e, por isso, precisam ser evitados e, em alguns casos, excluídos da dieta, como o leite e o glúten.

Visto isso, lembre-se de incluir a boa alimentação em seus cuidados pós-operatórios e seguir direitinho as recomendações do seu médico!

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