A rinoplastia é um dos procedimentos que considero como os mais desafiadores da cirurgia plástica. Em primeiro lugar, porque envolve o nariz, um dos principais elementos de composição estética da face. Sua localização central exerce um foco natural de atração e uma significativa influência nas expressões faciais que impactam até na personalidade das pessoas. Modificar essa estrutura, portanto, requer rigoroso estudo e muito cuidado.⠀

Trata-se ainda de uma cirurgia em que o fator imprevisibilidade está presente com mais força, sobretudo porque, muitas vezes, compreende a manipulação da cartilagem nasal, que é um tecido bastante instável.

Por tudo isso, tão importante quanto o próprio ato cirúrgico é o planejamento pré-operatório, que garante tanto a segurança da operação, quanto o alcance de um resultado que seja o mais próximo possível do desejo do paciente. Essa etapa, chamada perfilometria, é o nosso primeiro passo para uma rinoplastia.
 
Perfilometria
 
Esse processo corresponde à análise morfológica do rosto do paciente, com suas características únicas. O primeiro passo é o registro fotográfico da face em escala natural e diversos ângulos – frente, perfil, base e meio perfil. A partir dessas imagens, o cirurgião pode explorar as proporções e simetrias faciais da pessoa de forma mais objetiva.⠀

Em seguida, vem a aferição de medidas. O médico toma cerca de 40 dimensões faciais, que abrangem larguras, projeções, bem como a espessura da pele, forma e força das cartilagens e dos ossos.⠀

Todas essas informações são, posteriormente, posicionadas nas fotos, para que médico e paciente então discutam e esbocem as alterações desejadas.⠀

Simulações em programas de computador podem integrar essa sistematização em algum momento, porém com muita cautela. Desenhos virtuais, afinal, podem gerar expectativas pouco realistas e difíceis de alcançar.⠀
 
Preparação

Após o estudo minucioso da face do paciente, bem como de seus desejos e expectativas, chega o momento da preparação para a cirurgia. A primeira atitude no médico, nessa etapa, é se certificar de que a saúde da pessoa atendida está em dia.
 
Para tanto, é essencial que ela passe por um check-up completo do ponto de vista cardiovascular, com exames de sangue, radiografia do tórax, eletrocardiograma, entre outros do gênero, que garantem a segurança da operação. O cirurgião poderá solicitar ainda a liberação de um cardiologista.
 
Avaliações específicas do nariz também integram esta fase, sobretudo a tomografia computadorizada, que permite conhecer a anatomia dos elementos internos da cavidade nasal. Outro exame pré-operatório de rotina é a endoscopia nasal, que possibilita explorar a qualidade da mucosa do nariz, sua coloração, textura e turgidez.
 
Em muitos casos, a rinoplastia acompanha correções de problemas respiratórios diversos – como o ronco, por exemplo. Nessas situações, é comum que o médico solicite exames complementares – entre eles a rinomanometria computadorizada, que calcula o fluxo e a resistência à passagem do ar.
 
É fundamental que o paciente informe ao cirurgião sobre seus hábitos de vida, como o tabagismo. O cigarro não impede necessariamente a cirurgia, mas deve ser evitado por, no mínimo, 3 semanas antes e depois de sua realização.
 
Após essa preparação, chega a hora de passar pela cirurgia e de o cirurgião escolher a melhor técnica para o caso em questão. Mas isso é assunto para o post da semana que vem. Fique de olho!

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