Na semana passada, falamos sobre as duas primeiras etapas de uma rinoplastia de sucesso: a perfilometria e a preparação para a cirurgia. Hoje, vamos avançar para o ato cirúrgico em si e para os detalhes do pós-operatório. Confira:
A escolha da técnica cirúrgica
Existem muitos métodos disponíveis para a realização da plástica do nariz. O desafio do cirurgião é justamente encontrar qual a técnica mais adequada para cada caso – o que só é possível após uma avaliação detalhada da estrutura anatômica nasal.
Dependendo da abordagem escolhida, as incisões podem ser todas internas no nariz, o que chamamos de acesso fechado. Outra opção é fazer pequenos cortes na base da columela nasal (linha que separa as duas narinas), o que caracteriza o acesso aberto. A abordagem fechada é, atualmente, a mais utilizada. A aberta costuma ser reservada apenas para casos de maior complexidade, ou rinoplastias secundárias (feitas para a correção de narizes já operados).
A intervenção cirúrgica também pode ser do tipo estruturado ou redutor. Desenvolvida nos Estados Unidos, a primeira modalidade é geralmente feita por meio de acesso aberto e implica na inserção de enxertos estruturais (cartilagem da orelha ou costelas) a fim de garantir resultados estéticos de longo prazo.
A redutora, por sua vez, é uma técnica mais antiga e agressiva, bem menos utilizada nos dias atuais. Aqui, o cirurgião remove o excesso de cartilagens, de partes do osso nasal e demais tecidos da região que formem relevos que não agradam ao paciente ou gerem alguma dificuldade funcional, como o desvio de septo, por exemplo.
O procedimento, no entanto, muitas vezes resulta em um nariz pequeno e arrebitado, que nem sempre leva em consideração as proporções ideais da face do paciente – e, portanto, pode não agradá-lo.
 
O pós-operatório
Os pacientes submetidos à rinoplastia ficam internados de 12 a 24 horas. O uso de tampões nasais é necessário apenas em casos raros – quando ocorre um sangramento anormal, por exemplo. Já o uso de um curativo externo com esparadrapo (micropore), reforçado com uma placa de metal, é essencial para modelar e proteger o nariz durante a primeira semana.
Nos primeiros 15 dias, é comum ocorrer obstrução das vias aéreas, causada por secreções, edemas e splints internos (placas de silicone). Lavagens eficientes com soro fisiológico, uso de vasoconstritores tópicos e compressas frias costumam aliviar os sintomas na maioria das vezes.
O inchaço do nariz inicia-se imediatamente após a cirurgia e cresce nas 72 horas seguintes. O sintoma, no entanto, desaparece completamente em cerca de um mês. Em alguns pacientes, esse processo pode levar mais tempo (até cerca de 1 ano) devido a uma reabsorção mais lenta do organismo.
A dieta é liberada 4 horas após a plástica, no próprio hospital. Nos primeiros dias, recomenda-se consumir alimentos frios e de consistência pastosa, de modo a facilitar a mastigação. O sol deve ser evitado por pelo menos 3 meses, pois os raios solares tem efeito inflamatório. O uso de protetores solares (com reaplicação a cada duas horas) e chapéus, portanto, é mais do que indicado.
Dormir durante o pós-operatório certamente será mais confortável se a pessoa mantiver a cabeceira elevada. A volta ao trabalho e às atividade de rotina estão liberada em até 7 dias depois da operação. Já a prática de atividades físicas fica suspensa por um mês.
Uma coisa rara, mas que pode acontecer, é uma evolução desfavorável da operação. Vários fatores podem provocar o problema: um diagnóstico errado no pré-operatório, a própria resposta cicatricial de cada paciente, uma retração inesperada dos tecidos e a capacidade individual de formar fibrose, infecções, acomodação dos tecidos…
Nesses casos, realizamos uma rinoplastia revisional para corrigir efeitos e consequências indesejadas. Quer saber mais? É só ficar de olho por aqui. Semana que vem eu volto para contar todos os detalhes. Até o próximo post!

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