Quem passou por grande perda de peso, especialmente por meio de uma cirurgia bariátrica, vai lidar com algumas mudanças corporais que podem não ser bem-vindas. 

O excesso de pele na região da barriga, braços, coxas, seios e bumbum pode ser expressivo, bem como no rosto que poderá apresentar flacidez e, consequentemente, parecer mais velho do que realmente é.

Esses fatores levam muitos pacientes que passaram pela bariátrica a desejarem a cirurgia plástica, buscando restaurar não só a sua autoestima depois de um processo de emagrecimento, como a qualidade de vida. Afinal, o excesso de pele pode prejudicar a movimentação, trazer alterações de postura e até mesmo quadros de dermatite. 

Nesse sentido, muitas dessas pessoas se perguntam se existe uma diferença na cirurgia plástica para pacientes que passaram pela bariátrica em relação à população em geral.

A resposta para essa dúvida pode ser relativa, já que cada paciente é único. Entretanto, existem algumas particularidades que precisam ser levadas em conta na hora de operar um paciente pós-bariátrica. 

ESTRATÉGIAS PARA PACIENTES PÓS-BARIÁTRICA NA CIRURGIA PLÁSTICA

Como as mudanças corporais do paciente que passou por uma perda grande de peso costumam envolver diferentes partes do corpo, é indicado, de maneira geral, dividir os procedimentos em etapas, realizadas em atos operatórios distintos. 

O andar inferior, que aborda o abdome, dorso inferior, nádegas e coxas, e o andar superior, envolvendo o dorso superior, mamas e braços. 

A ordem de realização dos procedimentos irá variar de acordo com as queixas do paciente, mas sempre de maneira a associar as cirurgias da melhor forma possível, com o máximo de segurança. 

Muitas pessoas também se perguntam se é mesmo necessário passar por tantas modificações corporais, ao invés de só corrigir as mamas ou abdômen, por exemplo. Nesse tipo de situação, precisamos levar em conta o desejo do paciente, mas também alertar para o fato de que o nível de satisfação com o procedimento tende a ser maior quando fazemos cirurgias complementares. 

Isso significa que somente passar por uma abdominoplastia, por exemplo, pode não contribuir para a melhora na autoestima e qualidade de vida que o paciente esperava, já que o excesso de pele em outras regiões ainda é expressivo. Tudo isso precisa ser discutido com muita atenção e honestidade com o cirurgião, antes do procedimento.

Outra estratégia interessante que costumamos utilizar com pacientes pós-bariátrica é a realização de uma abdominoplastia circunferencial no lugar da abdominoplastia comum. Nesse procedimento, as incisões se estendem do abdômen até as costas do paciente. 

RISCO DE COMPLICAÇÕES PARA PACIENTES PÓS-BARIÁTRICA

Outra dúvida comum entre esses pacientes é se eles correm mais riscos do que aqueles que perderam muito peso sem cirurgia. De maneira geral, sim, esse grupo corre mais riscos de ter intercorrências.

Isso não significa, entretanto, que isso irá acontecer ou que as intercorrências são graves. Esse dado precisa ser levado em conta pela equipe médica justamente para fazermos de tudo para prevenir esses problemas e controlar qualquer intercorrência durante e após o procedimento. 

Quem passou pela bariátrica, geralmente tem algum distúrbio metabólico, ainda tem algum grau de obesidade e comorbidades como pressão alta e diabetes. Todos esses fatores podem contribuir para o surgimento de complicações, mas vale lembrar que nem toda pessoa que passou pela bariátrica lida com esses problemas. 

Os riscos da cirurgia estão relacionados ao número de procedimentos a serem realizados, o tempo de duração da cirurgia e, naturalmente, o número de comorbidades que o paciente tem. 

O limite de tempo para cada cirurgia costuma ser de aproximadamente seis horas, dependendo da saúde do paciente. Após esse marco temporal, os riscos de problemas aumentam muito. 

QUALIDADE DA PELE TAMBÉM PODE INFLUENCIAR NOS RESULTADOS DA CIRURGIA

Outro fator que precisa ser levado em consideração pelos pacientes que tiveram obesidade em segundo e terceiro grau é a qualidade da pele. Depois do ganho e perda massivas de peso, a qualidade ou elasticidade costuma ficar bastante comprometida, tendendo a apresentar uma flacidez que pode persistir após a cirurgia plástica.

Durante o procedimento, vamos remover ao máximo a pele excessiva, mas mesmo a pele restante pode ter dificuldade de acomodação pós-operatória eficiente. Isso faz com que possam surgir sinais de flacidez mesmo após a cirurgia, com o passar do tempo.

Para muitos pacientes, essa nova flacidez não se compara com o quadro anterior de excesso de pele, mas é importante que quem quer passar pelo procedimento saiba dessa possibilidade. 

QUANDO INVESTIR NUMA CIRURGIA PLÁSTICA DEPOIS DA BARIÁTRICA

É fundamental esperar pelo menos 12 a 14 meses após a sua bariátrica para realizar uma cirurgia plástica, com liberação do endocrinologista responsável pela cirurgia . Após esse período, o paciente já perdeu a maior parte do peso e as mudanças corporais. 

Além disso, a perda de peso deve estar estagnada há seis meses, sem flutuações relevantes. Isso é importante porque não queremos que o paciente seja operado e depois perca seus resultados, seja ganhando ou perdendo peso. 

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